quarta-feira, 26 de agosto de 2009

O real feminismo

Desde os tempos imemoriais muitas sociedades construíram seus impérios, desenvolveram suas políticas, estabeleceram suas regras sociais, dentre outros aspectos que configuram a criação de uma organização desenvolvida pelo homem, baseados em valores que suprimiam a presença das mulheres.

No decorrer da história da humanidade a participação feminina nas conquistas que conhecemos como significativas, foi inexpressiva, tanto pela marginalização da mulher, no que tange à educação, como pela supressão de grande parte das conquistas que se devem a elas. Por muitos anos e até hoje em determinados lugares no planeta, as mulheres não tem direitos civis, ou são vítimas de coações em relação ao que nós (ocidentais) conhecemos como liberdade (em sentido amplo).

Em determinado período, no entanto, principalmente devido à independência conquistada pelas mulheres com a Revolução Industrial, um vasto leque de novas oportunidades surgiram, dando a elas a chance que tanto precisavam para contribuir, fora de casa, no desenvolvimento da sociedade. Elas passaram a ocupar juntamente com o homem o mercado de trabalho, e passaram a ter voz mais ativa no seio familiar. Em meio a esses acontecimentos, surge o que denominamos como Movimento Feminista.

Este Movimento agregou cada vez mais pessoas ao redor do mundo, e visava a ampliação legal dos direitos civis e políticos da mulher ou a igualdade dos direitos dela aos do homem. No Brasil a Constituição de 88 expressou esse avanço social, estabelecendo a plena igualdade legal entre homens e mulheres.


Mas esse avanço não aconteceu apenas em sentido jurídico, ocorreu também na moda, onde as vestes masculinas passaram a ser adaptadas às mulheres, as saias diminuíram, ou foram suplantadas pela presença constante de calças no guarda-roupa das mulheres modernas. Houve um crescente aumento na quantidade de autoras de romances e livros científicos (já que isto não era muito comum, como brilhantemente ilustra a vida de Jane Austen). A vida artística também abriu portas para o feminismo, mesmo que as que resolvessem se aventurar por essas veredas fossem muitas vezes discriminadas. Enfim, o mundo abriu os braços para as mulheres, isto devido a muitos protestos e a custa de muitas vidas, claro.

Entretanto, apesar do feminismo ter se espalhado pelo mundo, o seu real sentido vem sendo deturpado, principalmente por muitas mulheres que julgam viver uma vida de filosofia e devoção a este movimento, quando na verdade representam uma mácula no que diz respeito aos grandes avanços que se conseguiu. Hoje, as ditas “feministas” andam por aí vestidas como homens, comportam-se como tais e reprimem severamente tudo e todas que não apresentem o comportamento que elas consideram ideal. Até mesmo os próprios homens, passaram a estabelecer um conceito errôneo no que diz respeito ao feminismo, se referindo às feministas com expressões pejorativas.

É necessário que se entenda que ser feminista não significa ter que se transformar em um homem, ou comportar-se como um. Não significa ter que usar roupas masculinas, ou adquirir hábitos masculinos para se encaixar no que achamos ser o ideal da mulher moderna, mas sim, estar presente ativamente na sociedade e contribuir com esta para que os ideais de igualdade sejam estabelecidos e reforçados a cada dia, e pra isso, não é preciso se transfigurar em um homem, mas sim estabelecer-se como mulher e garantir que sua voz seja ouvida.

A mulher não é diferente do homem apenas em aparência, mas também em termos psicológicos, como a ciência bem explica, então, não há necessidade de renegar essas diferenças. Muito pelo contrário, é preciso que as mulheres aceitem, e demonstrem essas contradições para
que elas não sejam suprimidas, mas sim acrescidas, formando a dualidade entre o universo masculino e feminino, o que caracteriza o ideal da verdadeira sociedade moderna.

Longe de mim querer incentivar uma criação de “Legalmente Loiras” em massa em nossa sociedade, muito pelo contrário, acredito que as reais feministas devam fugir da futilidade e do padrão vazio das mulheres “frutas” que se vê hoje em dia no Brasil. Acredito que o feminismo não é a aspiração ao cargo do homem, nem aos seus costumes, ou sua identidade, mas sim a exaltação das singelas características que residem em todas as mulheres, o que as tornam únicas. Uma mulher que nega a sua natureza feminina, está fazendo exatamente o contrário do que requer o feminismo, está suprimindo tudo aquilo que faz dela mulher. E aquela que se auto afirma superior ao homem está ativando um pensamento de superioridade altamente recriminável que vinha sendo cultivado pelo homem a muitos anos.

A verdadeira feminista não tem intenção de sobressair-se em relação ao homem, como se vê hoje em dia, mas sim de encontrar o equilíbrio que reside entre a complexidade feminina e a lógica masculina.

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